sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Diário de uma idiota II



I would be lying if I said I didn't miss that giant man.
He was the line between pleasure and pain ♪



Continuei meus dias de anestesia proposital, até seis meses se passarem e eu conseguir uma vaga numa boa universidade. Estava agradecida pois chegaria em casa ainda mais cansada, e apenas dormiria após um rápido banho. O caminho até em casa havia aumentado, e eu já não tinha onde guardar os livros que comprava para manter minha distração. Meu - novo - melhor amigo e seu namorado - sim, NAMORADO - me sugeriram uma boa roupa para o primeiro dia de universidade, afastei de mim o garoto dos meus sonhos, mas não o gosto por me vestir. O jeans escuro e um bom salto deixaram-me boa o suficiente para não impressionar ou decepcionar demais.

Aquele foi um dia do qual eu me lembraria com muito gosto, se a volta para casa tivesse sido normal como sempre. Conheci boas pessoas, bons professores, e uma outra versão boa de mim mesma; a noite na cidade estava completamente brilhante, as luzes cintilavam em minha direção, e foi a primeira vez que me senti completa mesmo sem ele. Mas para ser minha história, algo sempre precisa dar errado quando as coisas parecem bem. Ele andava na direção contrária, alegre e sorridente, com um refrigerante nas mãos e uma garota ao lado. Não era a amiga do serviço, talvez ele já estivesse cansado de passar tempo demais com a mesma garota; eu entendi perfeitamente quando seu sorriso sumiu ao me ver... me senti da mesma maneira, mesmo não sabendo qual maneira foi aquela!

O mundo parou. As luzes da cidade não piscavam mais. Os carros pararam de fazer barulhos estranhos. As pessoas não andavam. Eu senti aquela sensação novamente, tão fresca como da última vez em que o vi; indo embora para sempre com um olhar irônico e indiferente no rosto. Senti aquela sensação massacrante, de querer alguém que não me quer, de precisar daquela pessoa quando ela nem ao menos deseja minha amizade, de ver como ele conseguiu sobreviver tão bem enquanto eu sofria feito um cão no inverno. Mais uma vez me vi como a criança que perde a mãe no meio da multidão, perdida, sem reação, sem motivos para sorrir, sem nada. N A D A ! Ele apenas caminhou para longe depois de uma longa troca de olhares, eu continuo tentando decifrar o que aquele olhar dizia.

Voltei para casa, senti gotas geladas pingando em mim durante o banho, não era água do chuveiro, era água de desesperança. Chorei. Dormi. Acordei. No dia seguinte tudo aconteceu de uma maneira positiva, sempre tive o dom de separar meus problemas amorosos das minhas amizades, e trabalhos. Ponto para mim?! De jeito nenhum. Voltei à universade naquela noite, voltei a me sentir perfeitamente bem, e voltei a encontrá-lo naquela mesma calçada - dessa vez sozinho. "Talvez a namorada de ontem não seja mais a de hoje", pensei irritada. Como se isso me importasse... e como importava.

Na noite seguinte decidi não sair da universidade e ir direto para casa, esperei atrás de um segurança três vezes maior que eu. Eu estava escondida e disfarçada! Novamente o vi caminhando sozinho, com um copo de café na mão, e o aparentemente olhar preocupado. Devia estar com medo, o mesmo medo que eu, o medo de encontrar a pessoa que tanto se esforçava para esquecer, a diferença é que ele já havia me esquecido. Ou talvez estivesse apenas incomodado com a ideia de passar a noite sozinho! Tomei uma decisão que naquele momento me pareceu correta. Naquela outra noite de universidade, atravessei a rua e voltei para casa num novo caminho, mas a vida nunca foi muito minha amiga, e não parecia interessada nisso... Me infernizar parecia bem mais divertido! Um novo caminho parecia bem mais seguro, e me lembrei de como pensávamos nas mesmas coisas nos mesmos momentos. Senti meus olhos revirarem de desprezo, por ser tão idiota e inútil, por não conseguir me livrar de uma coisa aparentemente simples e irritante. Eu tentei fingir que não o vi, e continuei a caminhar.

Anterior - Continua.

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