segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Minhas Malas e Eu


Eu estava carregando algo mais leve, do que o peso que incomodava meus passos, enquanto você assistia tudo despreocupado. Em alguma manhã você vai sentir falta da frieza, que te impede de possuir vazios extremos em seu interior. Você vai se lembrar do meu cheiro na sua cama, e se perguntar como foi tão idiota a ponto de me deixar ir embora. Mas é a verdade, a mais pura verdade; tenho que admitir que seu perfume me drogou durante todo esse tempo, mas quando eu acordo não há dependência que me mantenha aqui. Me perdoe pelo adeus tão repentino, se eu demorasse mais um pouco, a distância que existe entre nós diminuiria, até a hora em que meus dias estivessem contados, por causa do seu egocentrismo, por conta de cada palavra que você grita silenciosamente, sem se importar se vai doer ou não! Eu imaginei cada manhã sem cor quando amanheci entre seus braços, e aquele era apenas o mundo escuro no qual eu estava vivendo... agora a chuva volta a cair, e eu daria tudo para estar lá fora, vendo cada gota lavando o sangue que você tirou de mim, você precisa amar... você ao menos sabe o que é isso?
Não se espante quando notar que meus pertences desapareceram de seu armário, não me procure se perceber que meu número já não está em sua agenda, você teve tempo suficiente para decorá-lo, e não o fez. Eu caí, rolei por todos esses malditos degraus que você construiu inspirado em si mesmo; quando vai entender que é tudo ilusão? Corra para abrir os olhos, antes que esses degraus se façam transparentes, e seu tombo seja pior que o meu. Tudo o que você nunca fez questão de entender, hoje passa a ter sentido; a sua falta de querer, é parte de mim... e eu não pretendo descobrir como você sente depois de arrancar toda a bondade que restava, sem nem ao menos ter feito bom uso! Você poderia ter acordado quando eu estava de saída com as malas, mas não ouviu o ruído dos meus sapatos... você teve tempo suficiente para conhecê-los e reconhecê-los, e não o fez. Você precisa amar... você ao menos sabe o que é isso?
Eu não vou estar mais aqui quando você perceber, que chorar vai além de água salgada, vai além de soluços frenéticos, e falta de oxigênio. E você vai tentar correr contra o tempo, vai tentar ser maior e melhor que o mundo, quando descobrir que chorar é algo como dor física, é vazio interno, e sentimento externo; eu estive aqui tempo suficiente para te poupar da dor, mas você não se interessou por uma palavra, se quer.

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