sábado, 20 de novembro de 2010

Amarga Lembrança XII


Conversamos sobre tudo, desde o meu esmalte azul descascado, até meus queridos e problemáticos pais. Percebi que Adam se esforçava para contar algo sobre sua vida, mas aparentemente não havia muito o que contar. Tinha dezoito anos, um apartamento legal, era distante dos pais, sua família tinha ótimas condições financeiras, estudava algo que realmente julgava interessante, certo... a vida perfeita para um cara jovem. Eu? havia acabado de completar meus dezessete, estava quase no primeiro ano da faculdade, estudaria moda por mais que meus pais fizessem todo o possível para me convencer do contrário, era obrigada a ficar presa no quarto durante o verão, quando não queria ver a cara de ninguém, e certo... não era uma vida tão perfeita assim para uma jovem adolescente, mas eu estava encarando as coisas de uma forma bacana, e sinceramente estava me saindo bem. Papo vai, papo vem! Me dei conta de que as garrafas de cerveja em cima da mesa não eram poucas, pelo menos não para mim, e tive que comentar algo sobre isso.
- Paramos por aqui senhor responsável, ou você está tentando me embebedar? - Encarei-o.
- Se eu não estivesse um pouco tonto, me sentiria ofendido. E sim senhorita, paramos por aqui. - Ele respondeu sorrindo, e em seguida olhou para o relógio. - Minha nossa, são quase cinco da manhã.
- Tá brincando? - Senti minha surpresa seguida de um sorriso maroto. - Fazia tempo que eu não passava uma noite inteira fora de casa.
- Também... uma semana trancada dentro de um quarto, se eu não fosse lá te raptar você estaria mofando! - Adam abriu a carteira, tirou umas notas de dentro e pousou-as em cima da mesa. - Vamos.
- Para onde? - Perguntei surpresa.
- Para qualquer lugar que não tenha cervejas. - Ele riu.
Adam pegou minha mão enquanto caminhávamos sobre a areia, cada um com seu par de chinelos na outra mão; a praia já estava vazia, nos quiosques só estavam os garçons se preparando para voltar às suas casas, quando começava a clarear percebi a presença de uns homens limpando a sujeirada toda, e o resto de bagunça que os turistas e festeiros haviam deixado. Logo fui surpreendida por um berro quase alto demais que Adam soltou:
- Corre, está quase na hora. - Ele corria rápido demais, e puxava minhas mãos consigo.
- Na hora de que? Para onde vam... - Eu fiquei quieta quando percebi.
Ali estava ele, grande e quente, cheio de brilho e classe, brincando de cores e desenhos abstratos com o mar. Bem vindo sol, bem vindo primeiro dia do ano! Adam me viu hipnotizada por aquela imagem, parecia um daqueles quadros pintados com todo o cuidado, e eu fazia parte dessa pintura. Depois de alguns minutos admirando a vista, Adam me despertou com uma porção de agua do mar no rosto, o que resultou numa possível guerrinha de agua salgada, e consequentemente meus cabelos precisariam de uma bela hidratação quando eu chegasse em casa. Casa? Uau, eu havia me esquecido que tinha uma. De repente Adam tirou o celular do bolso, depois do mesmo tocar umas três vezes. Segundo ele era uma mensagem de Michael, avisando que estava no apartamento de Rachel, não sei porque ainda estava surpresa, Michael não perderia a chance de... deixa pra lá.

...Anterior - Continua...

2 comentários:

  1. Nhaaaaaaa, juro que meus olhos enxeram de lágrimas com o Nascer do Sol :') #EstouSensível HAHA
    eles são tão cutes ♥.♥ continua \o/

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