quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Amarga Lembrança XI


Após uma breve parada num condomínio pequeno, uma garota saiu da portaria e foi em direção ao carro de Adam. Era bonita, cabelo ruivo quase alaranjado, branca com pequenas e leves sardas sobre as bochechas, tinha o nariz fino e o gatinho puxado com delineador a deixou com cara de mais jovem; não pude imaginar sua idade assim de cara, mas deduzi que não teria mais de dezoito anos. Ao entrar no carro, percebi pelo retrovisor que cumprimentou Michael com um selinho, em seguida sorriu e deu um "Oi" quase empolgado para Adam e eu, que respondemos também sorrindo. Depois de descobrir que estávamos indo até a praia, agradeci em pensamentos por aquele vestido branco, era realmente o que mais combinava com a ocasião, e o meu salto de camurça preto estava bem melhor em casa do que comigo, eu tinha certeza disso. Adam estacionou o carro num ponto estratégico próximo a alguns quiosques localizados na areia da praia, descemos do carro e movida por um barulho girei o pescoço na direção de um pequeno palco, e tentei me concentrar para ouvir exatamente o que era aquele ruído.
- Não precisa se esforçar tanto Mel, estamos indo pra lá. - Adam sorriu pra mim. Alguém avisa pra esse garoto parar de sorrir? Isso pode causar ataques cardíacos, droga!
- O que tem lá? - Perguntei sem encará-lo.
- Ali fica um dos melhores lugares para assistir a queima de fogos, então junta uma galera com suas bandas nem um pouco famosas, e começam a tocar por puro lazer até a meia-noite.
- Sorte que eles não tocam o tipo de música que eu era obrigada a ouvir no segundo ano. - Nós dois rimos, rimos e não sorrimos!
Chegamos perto do pequeno palco e nos sentamos numa mesa com quatro lugares, pedi um Red-bull depois de Adam insistir muito para que eu tomasse algo. Eram onze e cinquenta e cinco, quando Michael e Rachel (a ruiva de sardas) sumiram com a desculpa de encontrar um ponto melhor para ver a queima de fogos, mas Adam e eu sabíamos que esse ponto melhor se chamava carro, e sabíamos que eles não veriam nem um terço dos fogos. Isso era bem típico de Michael. Adam me obrigou a fazer aquela contagem regressiva idiota, e mamãe provavelmente estaria fazendo o mesmo com seus convidados lá em casa, dava pra ver que os dois tinham muita coisa em comum. Enfim... quando a multidão que estava ali perto gritou "Feliz Ano Novo", Adam me abraçou super hiper ultra mega master blaster forte, e eu não me importaria de passar a noite inteira assim, ele sussurrou no meu ouvido algo como "Sorte nesse primeiro ano de faculdade", não consegui ouvir direito por causa do alto ruído que vinha acompanhado de luzes coloridas, formando desenhos abstratos e cheios de cor no meio do céu. Quase meia hora depois aquela barulheira toda já havia diminuído, pude perceber que as pessoas já estavam saindo dali, e aos poucos o lugar esvaziava, deixando uma luz fraca, alguns poucos garçons próximos ao quiosque, Kings Of Leon tocando baixinho num pequeno rádio perto dali, e duas pessoas próximas demais para quem se conhece a menos de três semanas, Adam e eu!

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2 comentários:

  1. Como vc ousa parar aii? Não vou gritar .. n ã o vou gritar. aun ..
    Continua bebezinha linda. bubu/

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  2. Isso, nao grite, não grite! rs. Continuo amanhã.

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