sábado, 13 de agosto de 2011

(Re)começo


Dias existem não apenas para brilhar, nosso erro é sempre esquecer de que o mundo só é alegre pois a tristeza existe em menor quantidade, ou ao menos deveria. Tocando um espelho ou a nós mesmos, a sensação de uma casa quase totalmente vazia numa tarde sem muitos detalhes, acumula sentimentos ruins em qualquer coração dramático.
Todos temos épocas boas e ruins, temos um enorme fluxo vindo em nossa direção, e nem sempre sabemos como lidar com uma grande quantidade de bombas que não avisam a hora de explodir. A graça não está no choro, não está somente no sorriso ou na dor abdominal que ele nos causa, a graça está no saber de que o céu não perdeu seu azul, mesmo em dias de tempestade.
E se o chão cair, ainda nos restarão sorrisos e dores abdominais por ele causadas. Se nos perdermos com a partida de um alguém muito importante, nos sentiremos como a personagem do filme infantil favorito, mas nos lembraremos que em nossas vidas a ficção não existe com tantas farsas, as dores serão verdadeiras, os sorrisos também, e talvez as perdas façam parte apenas de cenas onde atuaremos com mais convicção numa próxima vez.
Nos lembraremos de como aquela menina de cabelos bonitos, chorou com o silêncio do telefone. O espelho nos lembrará que não temos um cabelo tão bonito como consolo, que o silêncio do telefone é proposital, e que as lágrimas que ali rolarem jamais serão uma farsa.
Cabe a nós, nos arriscarmos numa ficção mais dolorosa, ou apenas agarrar as almofadas para fazer companhia à personagem do filme. Pois nem sempre nos sentiremos adeptas ao nosso mundo, podemos futuramente desejar uma vida diferente, podemos talvez ter o desejo de fugir para um lugar cheio de desconhecidos, e ter um desejo ainda maior de colocá-los em nossas vidas. Isso só acontece quando o filme já não serve de consolo!

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