sábado, 18 de junho de 2011

O Sumiço do Sol


Eu já deveria saber que a muito tempo, a neve não caia daquele jeito. Eu já havia desconfiado, não se pode acreditar em algo que aparece no meio de fumaça; era óbvio que a história se encerraria tão repentinamente quanto como começou. Pensando em me conhecer melhor que qualquer outra pessoa, surpreendi meu próprio espírito sempre tão descontraído... mal poderíamos acreditar no meu momento dramático que rapidamente entraria para a história, ficando marcado com as gotas que abandonei pela casa.
Ainda não me levantei para olhar o espelho, ainda não virei o porta-retrato para a parede, e me esqueci novamente de não sonhar com aquele rapaz alto, que foi embora na mesma noite em que a neve caiu. Em qualquer outro conto eu saberia me levantar da cama e sorrir para o sol, mas já amanheceu e ele ainda não brilhou. Imaginar toda uma vida cheia de luz, para só então perceber que as vezes a escuridão é maior que qualquer fonte iluminada.
Como ultimamente me surpreender se tornou algo tão normal, talvez eu devesse sair lá fora e seguir seu cheiro, até te encontrar no final do mundo para decidir implorar sua volta. Mas como de costume, como em todas as outras frases perdidas, voltei a me prender entre dois contos contraditórios, e ao invés de dançar ou correr atrás de seus largos passos, eu apenas escuto sua voz soprando a música que compôs, enquanto tento me lembrar daquele outro personagem que você fez tão bem, aquele mesmo personagem que fez meu verão se tornar uma enorme fonte de luz!

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