domingo, 17 de abril de 2011

A Pressa do Relógio


Nos piores momentos aos quais nos fechamos para o mundo, podemos demorar um bom tempo para voltar a abrir os olhos, e nesse meio tempo o planeta nunca deixa de girar, o mundo não quer parar nem por um segundo, e se não corrermos contra o tempo, é ele quem acaba nos tomando cada segundo precioso, no qual poderíamos talvez, tomar a atitude que futuramente nos pouparia de uma possível abstinência, ou da necessidade de ter algo que por falta de uma clara visão, deixamos escapar.
Deixe-me dizer que as princesas, por mais delicadas que pareçam ser, algumas vezes precisam se entregar a uma música pesada, para tirar uma carga maior de cima dos ombros. Uma garota com milhares de pessoas queridas à sua volta, pode de repente aumentar seus fones de ouvido, sem se interessar por todos os outros ruídos que a cidade grande lhe proporciona. Um olhar calmo visto de longe, pode estar gritando interiormente, enquanto nos perguntamos de onde surgiu tanta paciência.
E enquanto isso o relógio não para, a música se repete milhões de vezes, os olhos não se abrem, e quando tudo volta a fazer sentido, perdemos todas as chances de transformar o futuro em algo repleto de boas lembranças. Esse é um, entre milhares de outros fatos inevitáveis; uma hora diremos adeus a tudo o que um dia se definiu como nossas vidas, e dificilmente supriremos a necessidade de companhia, quando o tempo continuar nos roubando, o que mais nos esforçamos para nunca perder: nós mesmos!
Você se lembra daquela princesa que ouviu uma música pesada? Se lembra da garota que se escondeu em seu próprio mundo, fugindo do que havia lá fora? Nós estamos crescendo, e sem perceber. Estamos chegando cada vez mais perto, de onde imaginávamos nunca ser grandes o suficiente para alcançar. Estamos subindo um degrau por vez, mas se esses degraus não diminuíram, é o tempo quem está correndo, para nos aproximar do Adeus que não queremos dizer.
E quando é tarde demais o volume da música diminui, nos encontramos sozinhos diante de tal imensidão na qual nos vemos tão pequenos, e nos sentimos sozinhos, como quem só acorda no final da aula, quando todos aqueles sorrisos companheiros já partiram para outro lugar.
Onde estamos agora, será algo totalmente diferente, de onde estaremos daqui a algum tempo... pouco tempo, já que o relógio não se cansa de correr, já que o sofrimento está cada vez mais próximo, já que não temos nenhuma carta na manga para evitar que isso aconteça. Nos resta apenas não aumentar tanto o volume, para ouvirmos o sinal tocar, e sairmos de mãos dadas como sempre foi.
Nós estamos crescendo depressa, e o tempo está me roubando tudo o que eu quero possuir para sempre, talvez por isso eu sinta a necessidade de abraçar mais forte, de sentir mais intensamente, e de dizer sem medo o que meu olhar calmo está gritando por dentro.

2 comentários:

  1. Lindoo *-*

    "Nos piores momentos aos quais nos fechamos para o mundo, podemos demorar um bom tempo para voltar a abrir os olhos, e nesse meio tempo o planeta nunca deixa de girar [...]"

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