domingo, 14 de novembro de 2010

Amarga Lembrança VIII


Uma semana havia se passado, Mel que só saía do quarto para se alimentar acabara de acordar. Era 31 de dezembro, e diferente de todos os outros anos não estava nem um pouco empolgada. Não sabia de Adam, desde o dia em que almoçaram juntos não tiveram mais contato; e o que mais irritava a garota, era saber que em algumas horas, sua casa estaria cheia de cobras venenosas saídas de seus buracos, para picar alguém com o intuito de suprir suas necessidades, ou apenas matar sua fome de dinheiro. Como havia convencido seus pais a não viajarem naquele final de ano, os mesmos resolveram fazer uma festa na casa, e chamar seus muitos "amigos" para comemorar a virada juntos. Melissa estava convencida a não sair do quarto de jeito nenhum, nem que morresse de fome ou algo do tipo. Teve uma ideia repentina, e soube que aquele era o momento propício para isso!

"Querido diário (isso foi idiota), está na hora de começarmos a conversar certo? Em plena virada de ano, estamos sozinhos, você e eu. E mesmo que não fosse assim, sinto que você contará minhas histórias melhor que eu. Então seja um bom melhor amigo!"

(A história será narrada em primeira pessoa).

Eu estava realmente cansada de tudo, quero dizer... sem abusos mas sempre fui uma ótima filha - isso depois dos doze, quando eu pulava a janela do quarto para curtir as baladas loucamente. Vivo tentando abrir os olhos dos meus pais, mas no fundo já me acostumei com isso, negócios primeiro, o trabalho não pode esperar, e blá blá blá! Eu não vejo a hora de sair daqui, adoro minha cidade, adoro morar na Inglaterra, mas o Canadá me espera, em algum bom momento da minha vida. E ainda que eu continue morando em Oxford, não vejo a hora de completar a maioridade e ir morar em algum lugar em que eu possa perder meus pais de vista. É irritante ter que dar satisfações a todo lugar que vou, e ficar ligando para falar besteiras. Minha mãe por exemplo, raramente me liga para dizer alguma coisa que realmente me interessa, e você deve estar se perguntando, o motivo pelo qual ela me ligaria se moramos na mesma casa. Na verdade meu pai e ela vivem enfiados naquela empresa idiota, fechando contratos, assinando papeladas e resolvendo problemas com funcionários irresponsáveis. E quem se ferra? Eu, por não ter um café da manhã digno em pleno domingo.
Eu estava escrevendo no diário que o Adam me deu de presente, quando ouvi uma movimentação no andar de baixo. A primeira coisa que fiz foi colocar os fones de ouvido na maior altura, já que não demoraria muito até as queridas serpentes que meus pais chamam de amigos, começarem a falar alto tentando impressionar os empregados tocando alguma música velha no piano, que ocupa um grande espaço da sala, ou coisa parecida. Eu já estava quase pegando no sono - e não estava cansada, era puro tédio - quando olhei para a escrivaninha perto da cama e vi meu celular piscando, ainda bem que tinha olhado porque jamais o escutaria tocando já que os fones de ouvido estavam no último volume. Eu realmente me surpreendi quando li o nome de quem me ligava na tela do celular.

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2 comentários:

  1. AAAAAAAIN, será que é o Adam? *-* Estou amando ♥.♥
    Obrigada por me dar de presente um post de manhãzinha bebe \o/ HAHA

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  2. De nada, ainda bem que você sabe que foi pra você. Sua recompensa por sempre comentar e marcar presença =)

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