domingo, 7 de outubro de 2012

Desconhecido


Eu estava na janela quando te vi atravessando a rua. Não demorou muito para ouvir minha mãe gritando que você havia chego. Sei que talvez um dia isso me prejudique, mas já faz parte da minha rotina te esperar no meio da tarde e me decepcionar quando a lua aparece e você não vem.

Mais uma vez você entra no meu quarto sem bater, vai até o acento da janela e me estende os braços. Eu odeio não ser capaz de me manter distante, parece que meu dia só pode acabar depois de ficar pelo menos um minuto deitada em seus ombros.

E lá vem você de novo me perguntar sobre ele. Sei que devo ser grata por você me ouvir lamentando e não perguntar por quem. Sei que eu deveria seguir a risca os conselhos que você me dá porque todos eles vêm do meu melhor amigo. Eu jamais vou te culpar pelos dias que não atende ao telefone, porque você vem sempre que pode e só fica com ela quando seu namoro está por um fio.

Eu sei que você me vê sofrendo por um desconhecido e fica com medo de sofrer por alguém que não te valoriza. Às vezes eu queria fazê-la entender o quanto você é especial porque é assim que você me faz sentir, mas continuo me obrigando a abaixar a cabeça quando te vejo com ela.

Você sabia que até meus pais já perceberam sua presença contínua na minha vida? E lá vem você me perguntar quando é que vai conhecer meu novo amor. A coisa mais difícil do mundo é esconder isso de você! É não poder me abrir com a única pessoa que me transmite confiança.

Confesso que às vezes cansa, porque eu preciso engolir um exercito de lágrimas que encharcam meus olhos pra você não perceber a presença dor. E de novo seu telefone toca! Será que essa garota não dorme? É quando eu volto a me sentir quebrada por dentro porque não vai demorar pra você se despedir com uma desculpa esfarrapada. Vai, corre para os braços dela. Corra para o lado oposto da sua felicidade!

Eu já conheço cada vírgula desse discurso. Não sofra por ele. Você precisa se distrair. Qualquer coisa me liga. E eu sempre ligo, mas ela sempre te impede de atender. Ah, meu Deus! Até quando vou me culpar por tamanha crueldade? Seus olhos brilham de felicidade quando fala dela e os meus brilham por vontade de chorar.

Eu sou tão fraca e incapaz de te manter longe, mas sou tão forte pra desistir de mim e te ver feliz com ela. Amanhã, quando você chegar, a porta do quarto estará trancada. E se não estiver é porque decidi te dizer toda a verdade. Dizer que esse desconhecido está aí, dentro de você. E que você chama a si mesmo de idiota, que vive dizendo que não merece minhas lágrimas e meu amor. É você que fica por perto, mas pede pra eu me afastar e ser feliz com outro alguém! Com quem?

6 comentários:

  1. Gostei do blog, estou seguindo se quiser seguir o meu:
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    Obrigada desde já.

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  2. texto lindo!

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    Beijão, Ana

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  3. Lindo texto!

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