Entre o bom e o ruim

Quando te vi pela primeira vez, eu me encontrei, isso é um tanto quanto clichê, mas é real. No minuto seguinte, porém, voltei a me perder com o dobro de intensidade!

Hoje, depois de tanto tempo e tanta história, continuo me encontrando e me perdendo. Isso acontece porque você me abraça, mas me ofende. Me beija, mas me belisca. Me ama, mas consegue esconder isso na parte mais inacessível do seu ser.

Para ser sincera, não sei como me sentiria caso o nosso fim se apresentasse, mas a intuição me diz que seria como misturar alivio com desespero. Estar com você é arriscado, é prazeroso e lamentável; porque quando eu fantasio, você me decepciona, e quando eu destruo todas as expectativas, você aparece.

Isso me lembra muito um vôo de para-quedas ou qualquer outra coisa do gênero. Mesmo decidida a pular, eu poderia desistir no último segundo, mas só depois da queda eu escolho a desistência, porque mesmo de mãos dadas você pode me soltar a qualquer momento, eu jamais saberia o que fazer ao voltar a pisar no chão; talvez eu nem mesmo tivesse um ao te perder de vista.

Me perdoa se pareço pessimista, mas ouvi dizer que o amor funciona assim mesmo. Ele parece 100% positivo, mas é igualmente dividido entre bom e ruim.

Eu ainda não sei se vale ou não a pena te amar, mas enquanto perdemos a euforia do começo, ganhamos a segurança do tempo.

Eu só sei que você me ama porque, ainda cansado das minhas crises e defeitos, você ainda se empolga ao me contar como foi seu dia, e ainda me abraça forte depois de certo tempo sem me ver. Talvez por isso eu insista em correr o risco de estar ao seu lado até não sei quando.