Os Dois Lados da Coragem

O tempo está passando mais rápido ultimamente, sabe que eu sempre tive medo do relógio? Porque analisando os fatos, cheguei a conclusão de que ele leva consigo coisas e pessoas que podem nunca mais voltar. Também ficou com medo? Não é só o fato de levar, ele também pode trazer surpresas, mas surpresas também podem ser desagradáveis. A pouco tempo entendi que o ser-humano tem duas formas para se preparar: Ou você aceita e se concentra em tudo de bom que já viveu, e daí tirar forças para chutar o balde. Ou simplesmente fecha a janela, se esconde e chora, até o café esfriar e a ferida cicatrizar. Acredito que na maioria das vezes, a primeira opção nos proporciona melhores formas de sorrir, mas se optarmos pela segunda não quer dizer que somos fracos, estes costumam fingir ser fortes quando na verdade choram por dentro!
Costumamos perder aquilo que mais tememos viver sem, isso não só parece irônico, mas é. Talvez o medo assim como nós, já esteja cansado de nos ver correndo de seus maus tratos. Mas ninguém se dá conta de que a independência pode ajudar; na verdade muitas pessoas não deveriam ler isso mas, quanto menos dependentes maior a chance de vencermos. Isso não significa abandonar quem amamos ou diminuir as demonstrações de carinho, isso tem a ver com vidas distintas ainda que juntas. É confuso eu sei, mas assim como eu o mundo é contraditório, e já deveríamos saber disso a muito tempo... é uma pena que só tenhamos descoberto agora!
Arriscar as vezes parece o certo a fazer, e você já percebeu como costumamos julgar os personagens de ficção que tem medo de fazê-lo? Já percebeu como no final eles sempre se dão bem? Esta é a ilusão mais atraente que nutrimos, porque jogar tudo para o alto a procura de algo que realmente queremos, parece o certo a fazer, e é. Mas nos mantermos rígidos por medo de perder o que já conquistamos e o que amamos, não significa ignorância ou covardia, é uma prova de amor que raramente enxergamos, é o raciocínio que não temos antes de agir, é o motivo pelo qual nos culpamos quando o final não é tão bom quanto nos filmes.
Errar não é o problema, arriscar não é o problema, isto consiste em não tomar uma decisão enquanto o relógio se movimenta! Como eu disse, o tempo está passando mais rápido ultimamente.