quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédia


Vivemos em constante agitação, somos obrigados a levantar da cama cedo, se arrastar até o banheiro, e ao sair de casa uma grande porção de gente, se encontra com a mesma má vontade de cumprir suas obrigações diárias. Chegamos no destino esperado, e como de costume, mais uma porção de pessoas interagindo umas com as outras, enquanto procuramos desesperadamente por aquele alguém, que estamos acostumados a dividir os demorados sete dias da semana. Ao voltar para casa, aquela mesma porção de gente, se encontra num cansaço inquestionável, o mal humor chega a ser uma coisa óbvia, e a última coisa que queremos é abrir os olhos, para perceber que o tempo ainda não passou e a distância continua grande.
Mas tudo seria diferente se todos tivessem a mesma sorte que aquela garota da janela, que tinha seus fones de ouvido no volume máximo, observando atentamente o movimento das estrelas sobre sua cabeça confusa, ela imaginava cenas inusitadas e sua gargalhada solitária, tinha o poder de irritar os demais; uma vez que ninguém entendia, como era possível sorrir com tanta agitação, e tanta vontade de chegar em casa, quando o caminho continuava comprido. Ela dirigia seu olhar em direção à rua, para ser mais específica... num rapaz de olhos claros e camisa amassada, observou-o até ficar surpresa, ao notar que agora ele estava respirando o mesmo ar que ela. "Mas como ela consegue ter esperanças, depois de tudo o que houve?", era o que todos diziam quando ela aumentava os fones novamente.
Repentinamente se lembrou das noites que passou em claro, se perguntando o que havia feito de errado, procurando um motivo para ele não ter ligado. Mal havia se livrado da culpa, quando novamente não entendeu a partida, daquele que lhe havia jurado amor eterno. E depois de se lembrar das inúmeras e dolorosas vezes, que chorou sozinha no quarto trancado, voltou a observar o moço de olhos claros e camisa amassada. Só agora havia percebido sua altura significante, e seus músculos chamativos por debaixo da camisa. Talvez fosse carência, ou talvez apenas aquela já conhecida vontade de desafiar o destino, e sentir a adrenalina interiormente quando tudo voltasse a falhar. O caminho começava a chegar em sua metade, o sol já se escondia atrás do horizonte, e com tantos números rabiscados no caderno, ela preferiu se preocupar com o prazer de se apaixonar por um desconhecido; violando todas as regras e princípios, que com amor, seu ciclo de amizades havia aconselhado. Além de tudo era teimosa! Desastrada, observadora, agitada, mas acima de tudo teimosa. E não havia um botão, capaz de fazer aquela velha história parar de se repetir, talvez ela só parasse de acreditar nas mentiras do destino, quando o tombo fosse grande o suficiente para fazê-la se dar conta da ferida.
Foi quando o moço alto de camisa amassada, sentou-se ao seu lado e arrastou o par de olhos claros em sua direção; sua voz grave suspirou um baixo "Com licença", e com a inocência de uma criança, ela sorriu para mais uma daquelas peças, que o destino costumava pregar... sempre na mesma personagem, sempre do mesmo jeito! Ele tinha um perfume viciante, o qual ela já conhecia por conta de sua paixão inconveniente, por fragrâncias masculinas. E foi naquela mesma noite, que a vida ansiosa por tragédias resolveu fazê-la chorar novamente. Foi na sede de saber mais sobre ele, que havia esquecido de tudo ao seu redor; deixando de observar a moça bonita que ali estava, com os cabelos compridos, as mãos delicadas e o sorriso brilhante. A moça que entrelaçou seus dedos nos dele, que o beijou com carinho, e possuía no dedo anelar uma aliança como a dele; tirando de sua cabeça todas aquelas duvidas inconvenientes, que com certeza chegariam a mesma resposta: Ele era mais um daqueles, que não pertence à ela!

3 comentários:

  1. aaah que triste !
    isso acontece todos os dias comigo O_O
    iasiuahsuihsiuahs
    que trágico!

    lindo,, amo seus textos s2

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  2. Eu ameeei esse texto *-------* Mas tenho certeza que já o vi :O
    Vc ta repostando ou leu pra mim? hn'

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  3. Para né Mandy? aushuahs Obrigada =)

    -

    Li para você; que bom que gostou =)

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