quinta-feira, 14 de abril de 2011

Salve as Borboletas


Não se sabe como ou quando acontece, é algo que vem sem avisar e demoramos para perceber, como um sentimento repentino... a diferença é que dessa vez não há ânimo, ou ansiedade suficiente para diminuir a distância, já que as borboletas adormeceram a algum tempo.
Não foi ela quem escolheu viver assim, foi mais uma daquelas surpresas inevitáveis que a vida nos dá de presente, e nunca temos a chance de devolver. De qualquer forma, toda e qualquer surpresa, ainda que desagradável, deve ter seu lado bom, ou no mínimo uma boa lição para se guardar.
Ele havia saído de um táxi qualquer, com a roupa um pouco amassada, e o olhar perdido procurando algo que não sabia o que era; costumavam dizer que na verdade, procurava por algo que se encontrava de baixo de seu nariz, afinal, quase sempre percebemos a presença do amor, depois que o mesmo já se acomodou dentro de nós, e ao abrir os olhos é basicamente impossível de se negar. Aquela movimentação estranha no estômago, era como algo que servia de despertador, ela acordava e se arrastava até o banheiro, com a mesma energia que se deitava, e procurava sonhar com quem lhe proporcionou tal sensação.
Mas é estranho amanhecer de repente, sem nenhuma vontade de abrir os olhos, sem nenhum sinal daquela ansiedade tão familiar, e ainda se soubermos que tudo ficará bem, deixar de se assustar diante de tal ausência, é como não se importar com o rumo que a vida tomará, é estúpido e irracional, permitir que as borboletas voem para longe da noite para o dia, quando as coisas pareciam ir tão bem, e quando o fim parecia estar tão distante.
Em qualquer outra ocasião, seria necessário um diálogo que tomaria aproximadamente, duas de suas noites de sono; seria necessário entender cada vírgula que lhe foi direcionada, e absorver tudo o que foi dito ainda que não esteja convencida.
Mas se tal irracionalidade é praticada com tanto gosto, não faria diferença agir também sem pensar e fugir, até acreditar em algo que o universo insiste em contradizer. Seres-humanos tem a mania de errar, e tentar escapar de sua própria realidade, mas como todos sabemos, se esconder dos defeitos é tão difícil quanto chegar às nuvens caminhando, e a teimosia tomou o posto de maior defeito, aquele que incomoda até afastar todos de você. A teimosia que a faz acreditar no contrário do que lhe foi dito, a verdade que se disfarça de mentira, apenas para confundir sua cabeça e espantar suas borboletas.
Traga-as de volta, busque-as aonde quer que estejam... ou levantar da cama nas manhãs de Segunda, será como carregar um corpo que não lhe pertence, será como viver num abismo, onde todo o sentido de viver se encontra extinto, assim como as borboletas.

2 comentários:

  1. Vc ama as "borboletas de estômago", né? E eu já fujo delas..
    Por outro lado ver apenas uma "borboleta da natureza" já alegra todo o meu dia *-*

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  2. Claro que eu amo as borboletas do estomago, fazem cócegas! ausauhs

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