quinta-feira, 10 de março de 2011

A Terapia e o Travesseiro


O relógio me incomodava, o lençol macio e arrumado, agora se enroscava por entre minhas pernas inquietas, a janela aberta trazia mensagens subliminares, enviadas pelo vento que gritava lá fora. Eu avistei o carro estacionado, e logo desci as escadas em busca de respostas!
Ele estava na ponta da escada, com uma mala ao lado. Eu sorri assustada, fingindo que tudo aquilo não passava de uma brincadeira, onde no final estaríamos todos gargalhando. Ele olhou minha mão, que repousava no corrimão, ela tremia... eu também! Ele observou meu olhar assustado, como se meu sorriso fosse insignificante diante de tal situação; e saiu pela porta sem me dizer para onde ia; eu sentei no topo da escada esperando que ele voltasse. De dentro do quarto o relógio continuava a incomodar, e com toda a rebeldia das lágrimas de corriam, o joguei contra a parede do quarto; aquele quarto incompleto, onde uma das vértices havia acabado de sair pela porta da frente, sem uma explicação se quer.
Eu me perguntei durante horas, quem continuaria apaixonada por ele quando a barba estivesse mal feita? Quem repararia nos mínimos detalhes, e encontraria qualquer resposta na profunda dimensão de um olhar? Talvez eu não devesse te contar da história dramática, que entrou sem pedir licença. Na verdade eu precisava dormir, e foi o que fiz. Chega uma hora que o barulho do relógio - agora quebrado - não incomoda; o lençol resolve se entender com as minhas pernas, e o vento resolve cantar ao invés de gritar. Eu dormi, com a mesma calma que o faria, se ele ainda estivesse ao meu lado.
Mas com um drama tão bem contado, quem é que dorme por muito tempo? Eu devia ter jogado o celular pela janela, porque ele tocou, e tocou alto... ele gritou; e me acordou! Eu poderia continuar agarrada com meu travesseiro, não me levantar da cama, e esquecer daquela dieta que havia começado recentemente. Mas relaxadamente, a camisola ficou jogada sobre o chão; eu soltei a trança sobre o roupão branco enquanto descia as escadas, procurando uma desculpa esfarrapada para não sair de casa.
Eu só juntei os lábios novamente, quando a janela de vidro refletiu minha surpresa. Tinha uma mala ao lado do sofá, tinha uma barba mal feita em frente à cozinha, e um sorriso que apontava para a mesa cheia de coisas que eu não poderia ingerir. Não satisfeito com a minha expressão, ele resolveu trabalhar as cordas vocais...

- Eu só fui buscar o café!

8 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. estava tão interessante que quando acabou fiquei querendo ler mais.
    muito bom mesmo!
    http://jessicahiorrana.blogspot.com/
    passa lá
    bjo!

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  2. KKKKKKKK, QUE LINDOOOOOOOO POXAAA ♥
    Marina, esse foi o melhor de todos os textos que eu li por aqui, sem sombra de dúvidas, nossa senhora, surpreendeu-me por completo e ele ainda se revelou um fofo no final. Coisa mais linda, adorei. Perfieot []

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  3. Obrigaaada Jessica, que linda! ushuahsuas

    -

    Ahhh Minne que bom que gostou, eu também adoro seus textos. Obrigada flor =)

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  4. "Chega uma hora que o barulho do relógio - agora quebrado - não incomoda... e o vento resolve cantar ao invés de gritar."
    Minha parte preferida!!!
    Lindo texto Marii!!
    Vai escrever um livro, vai fazer maquiagem, mas faça alguma coisa,porque você será a melhor!!SÉRIO!
    http://ideiaoquadrado.blogspot.com/
    Beijos!!
    Follow me :@WelenMedeiros

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  5. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Que perfeeeeeito bebe :') Que lindo, que Adam, que Miguel, que Poncho *---------* HAHA

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  6. Weeeelen, fico boba quando leio seus comentarios! hahahaha, muito obrigada por acreditar em mim sua linda!

    -

    Você como sempre sonhadora, cuidado que nem tudo é o que parece viu?

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  7. aaah que lindo.
    euri com tudo, mas ficou divino *-*
    me apaixonei denovo, haha

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  8. Que boooom, vejo que todo mundo gostou desse texto. Fiquei feliz *-*

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