terça-feira, 15 de março de 2011

Longe de Casa


Algumas meninas podem se assustar, quando se encontram em estado de "mudança". Ela não estava mais em casa, não na casa onde o quarto de seus pais ficava ao lado; Ela não sentiria mais o cheiro de tempero, quando chegasse do colégio; Não teria para onde correr, quando os trovões começassem a gritar. Ela não teria apenas que jogar a roupa no cesto, caminharia até a lavanderia como sua mãe sempre fez.
No meio da bagunça entre malas cheias, avistou um pedaço de pano branco. Será mesmo que seu pé entrava ali, há dezoito anos atrás? Aquelas quatro paredes tomaram o formato de quem ali vivia. Ao olhar pela janela, facilmente encontraria brilhos e corações pendurados no teto; da cama bagunçada, ursinhos de pelúcia caiam por todos os lados; ela saia do banheiro descalça, sentindo a pele e o carpete entrando em harmonia, faltava pouco para rodopiar e novamente tropeçar, como sempre o fazia. A escova de dentes na mão, serviria perfeitamente como microfone, se ela corresse para o espelho o dia passaria correndo.
A noite o espaguete não grudou na parede, seu avental logo deixou de ser branco, e ainda mastigava um sanduíche improvisado quando decidiu dormir.
Olhar para a cozinha no dia seguinte, era a pior das ideias que poderia ter... por isso não a teve. Correu para a Starbucks mais próxima, a procura do capuccino perfeito! Mas foi no final do dia que tudo melhorou, quando bateu na porta desesperadamente, e se deparou com o sorriso de sua mãe. Aquele era o passaporte para uma boa noite de sono, ainda que fosse no quarto novo, sozinha... na companhia de trovões!

2 comentários:

  1. ameei o texto!
    o único lugar que sepmpre iremos nos sentir seguras, é ao lado da nossa mãe ! mesmo elas com frescuras ou não.

    lindo s2

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