domingo, 13 de março de 2011

Entre Páginas


Eu sempre tive a mania de acreditar que tudo tem fim. Talvez pelas muitas experiências sem sucesso, nas quais atuei como personagem principal; Não sinta pena de mim, isso me fez crescer! Talvez minha sorte não tenha mudado, mas acredito que o número de lágrimas de derramei até aqui, diminuiu - em quase - cinquenta por cento. Eu costumava prever um futuro que ainda não estava escrito, não por mim, não no meu diário... até porque eu nunca consegui terminar um! Mas era incrível minha capacidade de imaginar um fim, quando algo ainda estava a ponto de começar; Era o pior dos defeitos, era o único que eu não conseguia me conformar.
Com pouco tempo tudo veio à tona, o problema estava em mim! Sabe quando você aposta em alguém que vive esquecendo o próprio nome? A chance de tudo dar certo é quase inexistente; Comigo não era diferente.
Até quando precisei caminhar sozinha, e tudo ao meu redor foi sendo afastado aos poucos, por mim mesma. Sempre fui problemática a ponto de me odiar; sem conseguir coordenar meus pensamentos, e ser obrigada a assisti-los se enroscando um sobre o outro, como meu fone de ouvido que costuma ser um quebra-cabeça quando tiro da mochila. Eu acordava pensando em determinado assunto, que me levava até outro pensamento, que no final da noite estava perdido entre milhares de coisas que eu não conseguia me lembrar. Talvez por isso eu continue acreditando, que para esvaziar a cabeça, ou organizar pensamentos tão arteiros quanto os meus, a única solução que realmente funciona, é fugir para onde tenha chuva, com papel, caneta e música; para só então entender o que de tão errado acontece comigo.
Na minha cabeceira nunca faltaram romances, pois sabendo da minha "deficiência", eu precisava encontrar em algum lugar, uma relação perfeita... com príncipes encantados e cavalos brancos; Minha fuga estava nas histórias das quais eu nunca faria parte, nem como princesa, nem como ponto final. E foi escapando para a chuva, com papel, caneta e música, que eu parei de inventar o fim de tudo. Ele tinha a cabeça vazia, e me ajudou a organizar o que de errado havia na minha. Eu não virei princesa, e a perfeição nem deu sinais de vida; mas é o tipo de história que não merece um ponto final!

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