domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um Vidro Embaçado


O escuro da noite te tranquiliza, ele cega a dor e te esconde dela. Os faróis do lado de fora da cortina, você continua atenta para quem permanece atrás do volante, seus ouvidos estremecem diante de qualquer ruído. Por trás da janela embaçada, seu coração pulsa querendo se desprender do corpo; você nem sabe o que significa a palavra controle, aliás... você continua sendo o oposto disso.
O que incomoda é a falta de arrependimento, e não a partida. Você até queria que ele saísse por aquela porta, tão magoado quanto você; e aos seus olhos aquilo não passava de um erro banal, enquanto ele ligou o motor do carro e não olhou para trás, não ligou, não se arrependeu. E você?
Não faz tanto tempo assim, mas quantas vezes chorou? Quantas vezes se escondeu? Quantas vezes se alegrou com o bater na porta? Aliás... quantas vezes você quebrou a cara quando não ouviu aquela voz, do outro lado do telefone? Ele está apenas cansado, do costume... de nada acontecer... e você nunca se surpreende, afinal está surpresa agora?
Não se preocupe demais, isso que deixa seu vidro embaçado, se chama chuva... isso que machuca ai dentro... se chama saudade! Então se você pegar um guarda-chuva e sair de casa, as coisas podem mudar.

6 comentários:

  1. nossa, que lindo o texto!
    amei mesmo ! s2

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  2. Pois é, as vezes ficamos esperando a atitude do outro, mas nós mesmo podemos fazer as coisas mudarem.
    Amei (:

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  3. Ahh que texto ótimo. Toda a razão, agente não deve ficar parada sofrendo e olhando tudo acontecer.
    Adorei!
    beijo, beijo

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