quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Amarga Lembrança II


Naquele minuto tudo passou a ter sentido, até as perguntas não respondidas estavam mais claras e óbvias. Ele sentiu o batimento cardíaco se acelerar, e ainda que tentasse enganar a si mesmo, seu coração pulava por dentro daquela simples gravata, provando mais uma vez que finalmente voltara a bater.
Ela era dona de belos olhos castanhos, nem claros, nem escuros, eram castanhos, do tipo que nunca havia visto antes, do tipo que só ela o tinha. Seu sorriso era de um brilho harmonioso, com apenas esse gesto seria capaz de salvar qualquer coração amargurado, ela sabia disso. Naquele vestido escuro com pedras trabalhadas, mostrava perfeitamente suas curvas bem feitas; de longe era possível sentir o cheiro de seus cachos bem modelados, de um castanho acinzentado de repente a noite já não estava intediante, de repente o champagne não era mais necessário para enganar a fome.
– Hey, já está com sono meu chapa? A noite mal começou.
Foi desperto pela voz familiar do amigo; mas é claro que não era sono, era algo diferente, algo que (ainda) não tinha nome.
Acompanhou com os olhos, cada movimento do vestido escuro, era facilmente encontrado pois ninguém possuía beleza semelhante, pelo menos não naquele salão, nem naquela cidade... naquele mundo!
Havia se passado horas, o velho amigo já alegre por conta das muitas taças de todo o tipo de mistura com álcool, se divertia com as “amigas” da aniversariante. E num momento de pouca distração, notou a ausência do pacote gentilmente envolvido num laço rosa claro; viu ali presentes de todos os tipos e tamanhos, mas o seu não estava mais ali. Por instinto foi até lá imaginando o que teria acontecido com o pacote, e por que justo ele? No meio de tantos outros óbviamente mais atrativos.
Discretamente passou os mesmos dedos cumpridos por dentro de uma grande caixa destinada a presentes. Seu pavor começava a passar por seus olhos, deixando-o com uma ligeira expressão preocupada. Mas espere, sentiu leves batidas em seu ombro direito, três para ser mais exata, ele sabia que aqueles dedos implorando por atenção, não pertenciam a seu amigo bêbado.
E foi num surto de impulsividade que girou o corpo seguido dos olhos, e se deparou com o par de olhos castanhos que nunca havia visto, que só ela tinha.

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2 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA por que ? POR QUE? POR QUE vc sempre para na melhor parte ? o que será o presente? será que ela vai gostar dele? continuuuuua D:

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  2. Pra vocês leitoras ficarem ansiosas para a próxima parte ué! A demora tem que valer a pena, concorda? (;

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