O mundo lá fora!

Eu quero tanta coisa, de tantos jeitos diferentes, e com tantas pessoas. Eu tenho milhões de sonhos perdidos, um esbarrando no outro, sem saber onde estão e para onde ir; eu tenho desejos sem tamanho, e nem o gênio da lâmpada seria capaz de me ajudar.
Eu já me conformei com todo o sacrifício que ainda não fiz, e estou me preparando para os possíveis tombos que a vida vai me dar, no final vai ficar tudo bem; eu sei que vai. Mas eu começo a fazer as malas, e o meu espelho não consegue esconder minha tensão! Eu sou tão pequena, e o mundo lá fora é tão complexo, dá medo de tudo não passar de ilusão, dá medo de chorar por causa da escuridão, que a humanidade está passando de geração a geração; como se nascêssemos com a obrigação de sofrer.
As vezes eu só preciso do cantinho da parede do meu quarto, um edredon bem quente e meus velhos amigos, fones de ouvido! Ali tudo se torna real, mesmo que de mentira, mesmo que por pouco tempo. Quando o vazio ou até mesmo as borboletas, não conseguem se controlar, é no canto da parede do meu quarto que eu imagino tudo acontecer; eu só me esqueço de planejar o caminho, eu não penso na hora de me levantar dos possíveis tombos, eu não penso em nada que possa me machucar, porque o mundo lá fora já faz isso de graça.
Talvez eu seja mesmo paranóica, como todos dizem, como eu penso as vezes; mas se eu não tentar enxergar as coisas além de tudo o que a visão me proporciona, eu não vou sair do lugar, eu não vou chegar lá, nem me encontrar aonde estou. E eu sou pequena demais, eu sou simples demais, eu tenho a imaginação fértil porque o mundo lá fora me mostrou, que o impossível não existe. Não feche os olhos para decorar o caminho! Vamos nos lembrar de tudo, quando chegarmos lá.