Alone

A menina pequena da cidade grande, os pés descalços caminhando até onde podia, menos do que queria. Tudo muda, os dias de crescer finalmente chegaram, e ela continua mantendo a visão de longe, sonhando ir mais além. Você ainda não estava ali, você não acompanhou nem metade das mudanças; você não sabe como nem quando tudo aconteceu, e nem a intensidade de todas as decisões, malditas decisões.
Hoje daqui de baixo eu enxergo a luz de cada estrela que acompanha minhas noites escuras, eu conheço o bom, o ruim e o péssimo; e o ótimo me espera em algum lugar, perto da felicidade. A menina pequena da cidade grande, que não tinha ideia do que se chama vida, nem sabia porque tinha uma. Tudo muda, os dias de crescer finalmente chegaram, e quem disse que a criança sorridente não existe mais ali? Ela precisou caminhar sozinha, e cada longo passo, cada escolha perigosa, cada lágrima que escorreu por aquele rosto, tudo teve um preço, tudo foi bem aproveitado. E nada seria igual se todos aqueles erros não fossem cometidos, nem o sentimento mais bonito viveria em seu coração, se aqueles pequenos pedaços não fossem cuidadosamente colados.
A menina pequena da cidade grande, tinha dificuldades para caminhar, e atravessava a rua tropeçando em tudo, em todos; o outro lado era o limite, era tudo o que podia acontecer. Até aprender a andar, correr, voar! Voar sozinha, com as asas cicatrizadas que ela mesma construiu! Sozinha.